O momento que atravessamos não é fácil. Exige de todos uma grande capacidade de adaptação, de criatividade e de optimismo. O sistema social, tal como o conhecemos está em fase de ruptura. Não se trata de mais uma crise que se supera para, em seguida, retomarmos o caminho como se nada tivesse acontecido. Esta é uma daquelas crises que se tornam verdadeiros marcos na História da evolução da humanidade, não só por tudo quanto trazem de inovador, mas sobretudo, por tudo quanto tem de ser abandonado por não mais poder continuar a pertencer ao presente.
As perdas que este processo implica, provocam em muitos um sentimento de medo e insegurança, mas noutros, nos resilientes, despertam uma enorme vontade de fazer algo que conduza à mudança! Para mudar não podemos persistir nos caminhos que temos trilhado (o destino, esse, é já conhecido). Há que inovar, procurar novas formas de nos relacionarmos com os objectos, com o consumo, connosco próprios e com os outros.
É aqui que a palavra solidariedade adquire verdadeira consistência. A solidariedade é, neste momento, o valor a cultivar. Em nós, enquanto seres humanos e nos nossos jovens e crianças, enquanto educadores!
É urgente fazer despertar o amor e a compaixão que levam à compreensão do outro como nosso semelhante. A globalização passa também por aí, por sentirmos a unidade que liga toda a humanidade. Não podemos ficar indiferentes ao sofrimento alheio, pois esse é o nosso sofrimento. Está na hora de abandonar os velhos códigos de competitividade e fomentar a solidariedade. Dar a mão a quem está prestes a cair, é tão fácil... é um gesto.
Contribuir, seja de que forma for, para ajudar alguém a viver com dignidade, é dignificar a própria vida. E o nosso exemplo é a melhor forma de transmitir às crianças e aos jovens os novos códigos de conduta. Não se trata de caridade, trata-se de partilha, partilha de bens, partilha de afectos. Reconhecer o outro em nós, reconhecermo-nos a nós no outro! Dar corpo, afinal, a um dos quatro pilares da Educação: "Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros"!
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